terça-feira, 5 de junho de 2012

CORUMBÁ

Costumes / Influência / Até o ano de 1914, para ter acesso a qualquer parte do Brasil, os corumbaenses não tinham outra opção senão o rio da Prata, sendo obrigada a passagem por Assunção, Buenos Aires ou Montevidéu. Os costumes e linguagem platinas acabaram sendo absorvido pelos corumbaenses. Essa convivência com os países platinos acabou sendo muito acentuado justamente por causa dessa relação em função do transporte fluvial. Por causa das influências Corumbá teve seus costumes baseados no folclore portenho, sendo muito comum na mesma época grandes empresários locais passarem por Montevidéu via rio Paraguai até chegar a Porto Alegre e Rio de Janeiro para assistir a algumas peças teatrais. As viagens eram feitas no Fernando Vieira, luxuoso navio com 100 camalotes de primeira classe, navio esse que também trazia as principais companhias de teatro do Rio de Janeiro e cidades do Prata para fazer a apresentação no Bijou-Teatro, que era a maior casa de espetáculos da cidade, na época com 500 lugares. A diversão e entretenimento amenizava a sensação de isolamento que existia na região, e por causa disso o rio Paraguai era o único meio de transporte e comunicação. Por causa do isolamento a cidade acabou recebendo influência cultural desses países do prata, e se faz perceber mais na música, gastronomia e sotaque. No ano de 1913 um oficial das forças armadas, em visita a cidade, falou ao chegar a Corumbá: no hotel, no bar, nas casas de comércio, por toda parte, ouve-se falar todas as línguas nessa longínqua e pequena babel e não serei exagerado em falar que o português não é o idioma que mais se fala. Esse é um depoimento que revelava a influência estrangeira que existia em Corumbá na época. Na zona rural as bombachas, guaiacas e outros utensílios fazem parte da vestimenta de vaqueiros e donos de fazendas, além dos próprios pantaneiros. Liguisticamente o muito obrigado era substituído por gracias. Também foram incorporadas palavras como chalana, buenas ao invés de boa tarde, bolita ao invés de bola de gude, pandorga ao invés de papagaio, bolicho ou venda ao invés de armarinho ou boteco, termos estes trazidos por argentinos e paraguaios. O jogo de carta mais praticado pelos corumbaenses era, principalmente nas fazendas, o truco espanhol. Há também outros hábitos adquiridos sob influência internacional foi o chimarrão, fumar o guarani (este não mais existente), ou de fazer a sesta. Música e danças típicas Em Corumbá o tango já chegou a ser a dança preferida da população nos clubes sociais. Os corumbaenses são bastante tradicionalistas e festeiros por excelência, sendo responsáveis por um dos melhores carnavais do interior do Brasil. Mas não se baseiam apenas nas festas, pois as danças e religiosidade também fazem parte de sua cultura. Entre as danças se destacam: Cururu: brincadeira que se baseia em movimento, música, canto e sapateado, sendo um ato de religiosidade e lazer. Somente homens participam e cantam em duplas. Os instrumentos usados são a viola-de-cocho (tipo de viola de braço com cordas de tripa de mico ou quati), adufe, pandeiro e reco-reco, que é produzidos por eles próprios. Os participantes começam fazendo a louvação ao santo e prosseguem em forma de desafio, com versos improvisados. Guarânia: gênero musical de origem paraguaia, em andamento lento, geralmente em tom menor. As canções mais conhecidas são: Índia, Ne rendápe aju, Panambi Vera e Paraguaýpe criado orquestra sinfônica modo baseado em poemas, canções com sinfônico accompaniments. O gênero seduz as populações urbanas, mas não no interior. Isto é provavelmente devido ao interesse das pessoas por estilos mais rápido como a Polka ou o Purahéi Jahe'o. Polca paraguaia: também chamada de Danza Paraguaya (do espanhol, dança paraguaia), é um estilo musical criado no Paraguai no século XIX. Rasqueado: o ritmo folclórico do rasqueado e sua respectiva dança receberam influência da polca paraguaia. Desse contato dos refugiados com a população ribeirinha e da mistura do violão paraguaio com a viola-de-cocho surgiria o rasqueado. Definição da palavra rasqueado: "…arrastar as unhas ou um só polegar sobre as cordas, sem as pontear". (Acordes em glissandos, rápidos, rasgado, rasgadinho, rasgueado e rasgueo). Siriri: tipo de dança que tem um par solista no centro. A dança é uma sequência de danças com várias coreografias e denominações. Os instrumentos usados são a viola de cocho, caixote ou tamborete batido com caracoxá (reco-reco feito com babu e tocado com garfo) e baqueta. Culinária / Gastronomia / Um dos pratos mais tradicionais da cidade provém de Portugal: O sarrabulho ou sarravulho. É simples mas extremamente saborosa, preparada a base de miúdos de boi. Também tem forte influência indígena, com pratos a base de raízes, milho e palmito. Sopa de piranha também é um prato típico. Também e muito apreciado o churrasco pantaneiro, dando preferência a alguns cortes típicos, como a lingüiça de maracaju e a ponta e capa da costela, conhecida também por matambre, que tanto pode ser cozida ou assada. Há também a culinária boliviana com as saltenhas (pastéis assados recheados com batata e diversos tipos de carne) e chipas, de origem paraguaia. Mas o que predomina é os peixes, principalmente pintado (ensopado ou assado), pacu (frito e acompanhado de pirão), jaú, piraputanga, piranha (frita, escabeche, ensopada ou em caldo) e dourado. Os preços dos restaurantes em Corumbá são baratos. Há opções de rodízios de pizzas e churrasco. Bebidas/ Recipiente típico de tereré. Uma bebida muito comum na cidade é o consumo do tereré (feito com infusão de erva-mate e água gelada), servido numa guampa geralmente de chifre de boi e com uma bomba, que é facilmente preparado e consumido nos encontros entre amigos e familiares. Existem regras bem definidas numa roda de tereré e que devem ser respeitadas. A bebida é consumida especialmente fim-de-semana acompanhada de música regional. Outra bebida muito consumida é um refrigerante chamado Mate chimarrão, a base de erva mate, mais consumido do que Coca-Cola. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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